A utilização da tecnologia na mineração é demanda cada vez mais frequente e necessária para obtenção de resultados mais eficazes e seguros. Entre tantas possibilidades, a aplicação de novas tecnologias no monitoramento das estruturas geotécnicas é um capítulo à parte no cenário.

O uso da metodologia convencional de leitura de instrumentos de segurança realizada exclusivamente in local mostra-se cada vez mais superada. A presença do técnico em campo é, sem dúvidas, necessária para uma verificação geral periódica e observação de detalhes, mas processos que se concretizam somente com a sua presença já se tornam obsoletos na era digital. Inspeções restritas a aspectos visuais e a análises de instrumentação realizada de forma manual, com o deslocamento do técnico a uma barragem, por exemplo, pode ocorrer em uma frequência menor do que a ideal. A coleta e compilação de dados em planilhas, o cálculo de possíveis falhas está mais suscetível a erros e tendem a ser morosos, desgastantes e não ocorre em tempo em real. Esse conjunto de fatores pode fazer toda diferença no monitoramento e manutenção de barragens, uma vez que envolvem riscos altos e demandam respostas rápidas, pois as consequências de uma possível falha de análise podem causar danos irreparáveis à comunidade local, ao meio ambiente, para a empresa e profissionais.

Atualmente existe um conjunto de tecnologias disponíveis e, economicamente viáveis de acordo com o porte de cada mineradora, que reduzem significativamente os riscos de não realizar uma leitura a tempo de evitar danos ou de apontar tendências que demandam intervenção. Monitoramento por imagem, drones, instrumentação eletrônica de monitoramento, instrumentos de medição automatizados e conectados a rede wireless (com envio de dados em tempo real), radares, medidores de deslocamento por fibra ótica, automatização de piezômetros, implantação de unidades de estação total (para medição de deformações do corpo da barragem), implementação de sistemas de alertas, tudo associado a técnicas mais modernas de tipos de barragens ou de filtragem dos resíduos, por exemplo, aumentam a segurança dos envolvidos, somando esforços na prevenção de incidentes.

O professor e engenheiro Fernando César Dias Ribeiro, especialista em controle de barragens, sustenta à reportagem de Tatiana Schnoor do Jornal Valor econômico (11 de março de 2019 – clique aqui e veja a reportagem completa) que o sistema ideal de gestão de estruturas prevê o uso intensivo de diferentes instrumentos automatizados, como sensores internos e externos, que fazem a medição em tempo real e constante de variados parâmetros. As informações geradas a partir disso são enviadas de forma remota para uma sala de controle, localizada a quilômetros de distância, onde computadores cruzam os dados para verificar a origem de possíveis anormalidades.

De acordo com Ribeiro, “A precisão dos cálculos possibilita verificar o comportamento da estrutura ao longo do tempo e a identificar, com antecedência, quando surge uma anomalia. Isso aumenta a capacidade de reação das empresas”. O engenheiro prossegue a respeito da necessidade de leituras mais eficientes diante do aspecto de instabilidade do comportamento dos rejeitos em barragens, ora mais denso, ora mais líquido: “inconstância na reação dos rejeitos é o que justifica a adoção de sensores diferentes, de grandezas variadas, posicionados dentro e fora da estrutura para elevar a precisão e confiabilidade dos dados coletados”.

Em artigo de Filipe Henrique Costa Lima e Márcia Maria Guimarães para o IBEAS (Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais) em novembro de 2019, o monitoramento com automação da instrumentação, verifica o desempenho das condições de estruturas geotécnicas, indicando riscos e ações preventivas a executar em tempo real. Segundo os autores:

 

“Uma das possibilidades a ser utilizada pelas empresas de mineração como prevenção, seria o sistema de monitoramento automático de barragens utilizando sensores geodésicos (…). O mecanismo conta com GPS, sensores de rachaduras e inclinação, câmeras, medidores de tensão, estações totais robotizadas em cabines e estações meteorológicas, instalados nas partes internas e externas das estruturas. Toda tecnologia é monitorada em tempo real e, em caso de alteração na estrutura, o alarme é disparado.” (Lima e Guimarães, 2019).

 

O artigo também levanta a importância da automação da instrumentação geotécnica de auscultação de barragens hidroelétricas em um estudo de caso da CEMIG. O artigo busca compreender o processo de auscultação em uma barragem, apresentando suas características e analisando as atividades de monitoramento de segurança com tecnologia na mineração. A íntegra do documento pode ser acessado neste link.

Já a pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto, realizada pelo Engenheiro de Controle e Automação Márcio Flávio Sousa Silva, trata a respeito dos sistemas de monitoramento online de barragens de mineração (texto completo de 2019 disponível neste link). O levantamento pode ser utilizado como referência para construção de uma solução de automatização dos principais instrumentos de monitoramento de estruturas de barragens de mineração e aponta:

 

“As barragens de mineração são estruturas que requerem monitoramento e inspeção contínua nas diferentes fases de sua existência, partindo de sua concepção até os processos de descomissionamento.

O emprego de tecnologia na mineração, sendo utilizadas de forma concisa especialmente no monitoramento das estruturas geotécnicas, propiciam a produtividade e o tempo de resposta para que eventuais anomalias nas estruturas das barragens possam ser visualizadas com antecedência e que medidas de controle possam ser tomadas antes que os desastres aconteçam. Tais tecnologias vêm suportar os trabalhos de análise realizados pelas equipes de especialistas de geotecnia que são incumbidos de monitorar e atestar a estabilidade destas estruturas.” (Márcio Flávio Sousa Silva).

A Statum Geotecnia está preparada para oferecer soluções eficazes de tecnologia na mineração e para o monitoramento de estruturas geotécnicas, atuando com processos e tecnologias inovadoras. Confira o nosso post sobre o TSF – Monitoramento Geotécnico para conhecer um pouco mais sobre o sistema desenvolvido pela Statum para centralizar o gerenciamento e monitoramento de barragens.