Na indústria minerária, os resíduos sem valor econômico gerados pelo processamento de minérios são tipicamente dispostos em grandes estruturas geotécnicas. A depender de suas características e da topografia do local disponível para o descarte, essas estruturas são construídas sob a forma de reservatórios contidos por barragens posicionadas ao longo de vales naturais ou de aterros artificiais, também chamados de pilhas.

Frente ao aumento mundial da demanda por minérios, os volumes de rejeitos e de estéril vêm crescendo de maneira expressiva, por isso alternativas para a disposição desses materiais vêm sendo desenvolvidas. O objetivo é minimizar os riscos associados ao processo de descarte, além de aumentar as dimensões e os volumes das estruturas geotécnicas para a contenção desses rejeitos.

Além disso, questões de segurança motivaram a criação e a atualização das leis e das recomendações relacionadas ao manejo de resíduos minerários nos países onde a mineração possui maior importância econômica, como é o caso do Brasil, Chile, Canadá e Austrália. A disposição de rejeitos filtrados em grandes pilhas, com a eventual codisposição com outros materiais estéreis, estão entre as alternativas possíveis.

Neste contexto, os códigos legais e de boas práticas tendem a estabelecer critérios para os projetos de barragens e de pilhas de rejeito filtrado, com vistas ao aumento da segurança dessas estruturas e de minimização da ocorrência de anomalias e acontecimentos indesejados. Desta maneira, sugere-se, na fase de projetos, o enquadramento das estruturas de disposição de rejeitos, baseando-se em estudos de Dam Break ou Stack Break. Esses estudos constituem um desafio técnico devido à dificuldade na identificação dos mecanismos mais prováveis de ruptura com base nas informações disponíveis nessa fase, por vezes, bastante escassas.

 

*Crédito/Imagem: Instituto Minere