Sensoriamento remoto e nanosatélite na mineração

O uso de imagens captadas por tecnologia de satélite na mineração e seu uso como instrumento de sensoriamento remoto, é uma realidade entre as maiores empresas do setor desde o início dos anos 2000. Entretanto, a ferramenta geotécnica ainda é pouco explorada no Brasil pelas mineradoras de menor porte, que muitas vezes sequer utilizam imagens captadas por aeronaves ou drones. Tem mais, esse importante recurso que inovou o setor, mal se espalhou e já deve ser superado por outra tecnologia mais avançada, a de nanosatélites.

A análise das imagens em alta resolução geradas por satélites, bem como do seu acervo histórico, pode fornecer dados de suma importância para os estudos geomorfológicos das mineradoras. As fotos em si ou os modelos digitais que podem ser desenvolvidos a partir das imagens, especificam informações sobre elevações e curvas de nível, por exemplo, que são inviáveis de ser obtidas por outros meios. Dessa forma, os registros geológicos por satélite:

  • facilitam enormemente o mapeamento da área total e a delimitação da lavra que podem conter projeções tridimensionais, assinatura espectral dos minerais, modelagem estatística e muito mais;
  • oferecem dados precisos para a localização de jazidas, a identificação mineral e o plano de sondagens, reduzindo custos de prospecção com a indicação exata de alvos de perfuração;
  • detalham leituras ambientais para a obtenção de licenciamentos e para realização de controle de impactos ou medidas de recuperação;
  • favorecem o acompanhamento preciso de volumes extraídos;
  • beneficiam a gestão fundiária e patrimonial;
  • enriquecem os dados de monitoramento de reservatórios, deslocamento das estruturas geotécnicas e periódico futuro das estruturas descaracterizadas.

A tecnologia de satélite na mineração pode aprimorar processos e o planejamento de ações, melhorar a produtividade e contribuir decisivamente para a segurança das mineradoras, da comunidade no entorno e do meio ambiente. E pelo andar das inovações do segmento, a evolução dessa tecnologia já caminha para o próximo passo: os nanosatélites.

 

Os nanosatélites

Uma das organizações pioneiras no desenvolvimento dos nanosatélites é a startup Hypercubes, sediada no Vale do Silício e fundada pelo brasileiro Fábio Teixeira no contexto da Singularity University, a universidade sediada em uma base da NASA. O seu sistema está em fase de validação da tecnologia, mas o objetivo da empresa é lançar uma “constelação de satélites” autônomos, orientados por Inteligência Artificial, e capazes de monitorar com precisão o solo e sua composição. Os Hypercubes terão aplicabilidade para o setor da mineração e também para o agronegócio, assim como para acompanhamento e prevenção de desastres ambientais. Para se ter uma ideia do quanto a solução é disruptiva, enquanto os minissatélites atuais pesam entre 100 e 500 kg, os nanosatélites possuem dimensões inferiores à da tela de um notebook, podendo pesar entre 1 e 10 kg, embarcando uma tecnologia mais eficaz e a custo mais acessível do que os padrões atuais de satélites.

Para conhecer um pouco mais sobre a história do projeto, clique aqui e acesse a reportagem do StartSe. Assista também a uma breve apresentação da tecnologia realizada pelo próprio Fábio Teixeira, em entrevista gravada em 2017:

 

 

Para conhecer um pouco mais sobre outras inovações aplicadas no setor da mineração, acesse os nossos posts “Tecnologia na Mineração” e sobre a plataforma de monitoramento geotécnico TSF.